domingo, 25 de setembro de 2011

Sobre as coisas que eu odeio

Lendo um texto da Tati Bernardi, em que ela descreve todas as coisas que odeia, resolvi escrever o meu também. Sim, porque assim como você e o resto do mundo, eu também odeio diversas coisas e isso não é ruim. Sentir um pouco de ódio é mais um sinal de que você ainda está vivo, não só por fora, mas por dentro também.
Odeio ter que introduzir o assunto de um texto. E odeio mais ainda quando me falta inspiração para o resto dele. Odeio quem esquece meu aniversário e odeio lembrar do aniversário de todo mundo. Se duvidar, eu lembro até do aniversário de uma menina que foi minha colega no Ensino Fundamental. Odeio lembrar de tudo.
Odeio meninas que se fazem de santas e crentes e depois saem por aí querendo dar pra todo mundo. Odeio quem quer casar virgem e odeio mais ainda quem fica o tempo inteiro falando de Deus e religiões. Guarde suas crenças pra você e deixe as minhas em paz se não quiser que eu tenha um treco.
Odeio quando ligo o rádio e está tocando uma música que eu odeio, odeio gostar de músicas que eu deveria odiar. Odeio a programação da TV nos domingos e odeio mais ainda quando não tem Dança dos Famosos no Faustão. Odeio vendedoras de loja, principalmente aquelas que continuam me seguindo, mesmo depois de eu ter dito que só ia dar uma olhadinha.
Odeio inverno e o fato de ter que usar 453 blusas e jaquetas e calças e meias e botas e odeio mais ainda ter que tirar tudo isso só pra tomar banho. Odeio guarda-chuva; consequentemente, odeio chuva também. Odiarei um pouco menos quando alguém me roubar um beijo debaixo dela.
Odeio meninos que não sabem beijar sem babar ou morder a minha boca. E odeio aqueles que acham que vão me conquistar só porque tem dinheiro. Odeio mauricinhos, patricinhas, meninas que não repetem roupa, pagodeiros e funkeiros que parecem nunca ter sido apresentados aos fones de ouvido.
Odeio quem diz que eu falo pouco, que eu sou quieta e tímida demais. A minha vontade era mandar vocês tomarem naquele lugar. Odeio quem fala gírias demais e quem fala certo demais. Odeio não saber cantar e não ter coordenação motora pra tocar violão e pintar minhas unhas. Odeio quando não fazem festa surpresa pra mim. A única que eu tive, eu sabia desde o início que ia acontecer. Odiei isso. Odeio morar longe do centro e às vezes odeio não morar na capital e não ter dinheiro pra viajar pelo mundo.
Odeio ratos e borboletas. Odeio quem finge ser o que não é pra agradar os outros, odeio o fato de não conhecer nenhum cara que preste pra ser meu namorado. Odeio amar tanto algumas pessoas, sentir tanto ciúmes de quem não deveria e o fato de eu chorar por qualquer coisa.
Odeio apresentar trabalhos, falar no telefone e não saber passar delineador. Odeio quando a internet cai, quando meu pai me trata como criança e quando alguém finge que gosta de mim. Odeio refrigerante de uva, torta de aveia e qualquer tipo de salada. Odeio ser tão branca e não ter quase nada de peito.
Odeio filmes de ficção científica e mulheres oferecidas e que usam roupas vulgares demais. Odeio quem me dá esperanças e depois me chuta pra escanteio e odeio mais ainda continuar gostando de quem nem me dá esperanças. Odeio me apaixonar tão fácil.
Odeio não lembrar o que eu sonhei e não conseguir dormir justo quando eu tenho que acordar cedo. Odeio médicos, psicólogos e dentistas. Odeio sapatos de salto, perfumes doces demais e minha mãe dizendo que eu tenho que usar vestidos. Odeio que me comparem com alguém, odeio homens que só querem ir pra cama comigo e odeio mais ainda aqueles que nem cogitam essa possibilidade. Odeio homem forte demais.
Odeio quando falam mal das bandas que eu gosto, odeio qualquer tipo de preconceito e pessoas que tem vergonha de si mesmas. Odeio ter um pouco de nojo de algumas coisas e ao mesmo tempo morrer de vontade de fazê-las. Odeio ligação que é engano, gente burra, propaganda demais durante um programa de televisão e odeio abrir o jornal e só ler notícias ruins. Odeio quando estou na praia e chove e odeio quem vai pra praia e não quer entrar no mar.
Odeio picolé de limão, bala de cereja e qualquer coisa sabor canela. Odeio quando coloco o player no aleatório e só toca música que eu não quero ouvir, quando não lembro onde guardei alguma coisa e odeio mais ainda a capacidade que eu tenho de perder meus brincos. E de perder pessoas também.
Odeio algumas atitudes que eu tomo, algumas coisas que eu digo. Eu me odeio às vezes. E odeio quem viu o link desse texto e não leu. Não odeio você então. A não ser que você faça alguma das coisas citadas anteriormente. Aí, sinto muito, mas te odeio um pouquinho também.


Texto escrito no dia 21 de julho de 2011.

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