quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Dia cinza.

E mais uma vez o sol não apareceu. Mais um dia cinza e nublado pra acabar com os planos de duas meninas que não sabem bem o que querem. Ou talvez elas saibam. Mas o universo insiste em mandar sinais de que isso não é o certo. Pingos de chuva vão surgir a qualquer momento, assim como surgiram da outra vez. O céu vai ficar cada vez mais escuro, como se já fosse noite, apesar de não ser nem duas da tarde, e a já conhecida dificuldade de olhar as horas só vai piorar. Não vai haver luz, nem grama, nem um dia bonito no parque, conversas engraçadas, olhares quase constrangedores, toques quase imperceptíveis, calor, presença. Não vai haver presença. Não vão poder sentir o vento batendo na cara, o sol queimando a pele. Mais uma vez as nuvens acabaram com os planos de duas meninas que sentem demais, que querem demais sem ao menos saber o que querem. Ou talvez elas saibam. Mas há tantas pessoas, tantos lugares, infinitas possibilidades. Há tantos momentos, tantas palavras jogadas ao vento, tantos olhares alheios. Há tanta coisa que fica difícil dizer o que é certo. Elas sabem, mas não dizem. Elas querem, mas o sol resolveu se enconder hoje e junto com ele foram os sentimentos dessas duas meninas. Sentimentos escondidos embaixo da cama, do travesseiro, dos cabelos e dos moletons. Sentimentos que estão nas entrelinhas de músicas cantadas numa sexta-feira e de textos escritos em um feriado nublado e cinza. Sentimentos que existem e estão aí pra quem quiser ver. Mas elas ainda estão de olhos fechados.

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