segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Tão pequenos.

Somos tão pequenos perto desse céu azul, que agora estampa um lindo pôr-do-sol.
Somos tão pequenos diante do mundo e dos problemas que existem nele. E mesmo sabendo que somos assim, tão pequenos, ainda enxergamos nossos próprios problemas como se eles fossem os maiores de todos. Vamos abrir nosso olhos para o mundo. Ou então, pelo menos, vamos abrir o jornal.
Nesse mesmo momento, milhares de pessoas estão sofrendo e enfrentando enchentes, secas, terremotos, desmoronamentos e outros inúmeros problemas, naturais ou não. Muitos estão perdendo suas casas, roupas, objetos importantes, lembranças da infância, brinquedos e outros estão perdendo pessoas. Pessoas importantes na vida de cada um, mãe, pai, irmãos, filhos, amigos... pessoas que a gente não dá valor às vezes, mas que morreríamos para salvá-los se pudéssemos.
E isso é o pior de tudo. Nós não podemos. Somos tão frágeis em alguns sentidos, incapazes de mudar a ordem das coisas, não podemos evitar que algo de ruim aconteça com aqueles que amamos e nem evitar que algo aconteça a nós mesmos. Podemos, sim, fazer nossas próprias escolhas, porém às vezes elas não bastam para mudar algumas coisas. Mas o mais incrível e talvez até fascinante é que mesmo sendo tão frágeis nós ainda conseguimos ser fortes.
É, somos fortes, sim. Somos fortes porque mesmo não podendo mudar as coisas, nós enfrentamos os problemas que surgem. Todas essas pessoas que estão perdendo suas casas, assim que o momento de tristeza e desilusão passar, vão encontrar forças para recontruí-las, para começar tudo de novo, mesmo que algumas coisas não voltem mais, mesmo que nada mais seja como era antes.
E essa é a melhor parte de ser humano. Ser tão frágil e ao mesmo tempo tão forte. Desmoronar em frente a um problema, mas em seguida se erguer para enfrentá-lo da melhor maneira possível. Chorar pelas coisas que perdemos, mas depois sorrir por saber que logo o sol vai nascer novamente e nossos olhos vão brilhar ao ver o nascer de mais um dia, o nascer de mais uma chance para recomeçar.
Assim como os meus olhos estão brilhando agora, ao ver esse sol se pôr. Mais um dia está chegando ao fim e sinto uma emoção e uma gratidão dentro de mim, por meus problemas serem tão pequenos perto de muitos que existem por aí. Mas tenho certeza que os enfrentaria se eles fossem meus. Porque sou humana e encontaria forças para levantar, mesmo se a queda fosse feia.
Somos tão pequenos. Mas se abrirmos os olhos, veremos que também somos grandes.

(Texto escrito no dia 26 de janeiro de 2010)

domingo, 28 de agosto de 2011

Sem pensar.

Chegou tão perto, mas tão perto que era quase impossível respirar.
Chegou tão perto que ela não conseguia nem pensar.

Mais um passo e ela estava ainda mais perto.
E aí já era tarde pra voltar.
Tarde pra dar um passo atrás.
Tarde pra dizer que não queria mais.

Fez que sim com a cabeça, fechou os olhos e aconteceu.
Do mundo ao redor, naquele momento, esqueceu.
Estavam tão perto que tudo desapareceu.

Era impossível respirar.
E ela não queria mais pensar.