sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Vinte e oito

Eu não sei com quantas pessoas você fala enquanto fala comigo. O mundo virtual pode ser muito bom, mas tem esse problema. Você nunca sabe quem realmente fala a verdade e quem fala a mesma coisa pra todo mundo e acaba enganando todo mundo. Inclusive você. Mas aí, tem aquelas pessoas que você simplesmente não se importa. Não quer saber com quantas pessoas ela está desabafando além de você, pra quantos outros ela disse eu te amo um segundo depois (ou antes) de ter dito pra você. É aquele típico caso: fala com todo mundo, mas por favor, fala comigo também. Me conta como foi seu dia. Me faz rir. Desabafa, fala o que te aflige, o que te dói. Fala pra outras vinte e sete pessoas, mas fala pra mim também.
E, olha só, às vezes você aparece. Às vezes você lembra de mim e me dá oi. E eu derreto. Mas aí eu percebo que o constrangimento veio pra ficar. Que as nossas conversas nunca mais serão as mesmas. Que uma risada sempre vai estar acompanhada de tensão, que um xingamento que antes era de brincadeira, pode ser levado cada vez mais a sério. Então, por favor, não leva a sério. Eu queria que você tivesse me levado a sério naquele tempo que já passou, agora não precisa mais. Não precisa se preocupar se eu parecer triste, se parecer que eu ainda estou apaixonada por você. Não estou. Nem triste, nem apaixonada. Estou apenas aqui. Querendo te ouvir. Querendo que você me ouça mesmo quando eu não tenho nada pra dizer. Querendo que você não me esqueça, mesmo quando tiver outras vinte e sete pessoas pra conversar. Conversa com elas. Conta tudo pra elas. Mas não me deixa saber disso. Me faz pensar que eu sou a única online. No mundo virtual e no seu mundo.
Mas, olha, só pra frisar: não estou mais apaixonada. Só estou querendo ser aquilo que eu sempre fui. Uma no meio de vinte e sete. Porque, mesmo que pareça a coisa mais triste do mundo, eu nunca fui tão feliz.

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