sábado, 18 de fevereiro de 2012

Destrancada

A porta do meu quarto nunca fica trancada, a não ser quando estou dançando loucamente com os meus fones no ouvido e não quero ser pega no flagra no meio de uma coreografia não planejada. Meus cadernos, onde escrevo praticamente minha vida toda e tudo aquilo que sinto, não ficam escondidos e guardados a sete chaves. Minhas agendas de 3, 4 anos atrás estão ali, na gaveta da escrivaninha. Minha caixa de lembranças particulares está guardada na porta do meio do guarda-roupa, ao lado de alguns sapatos. É só abrir a porta do quarto pra ver o que eu estou fazendo. É só pegar meus cadernos, ler cada palavra que eu escrevo e, assim, descobrir tudo aquilo que sou e penso. É só abrir a gaveta pra saber tudo que fiz nos últimos tempos. É só abrir o guarda-roupa e a caixa pra saber alguns dos meus maiores segredos. Estou toda aqui, pra quem quiser ver. A única proteção que tenho é uma porta destrancada e capas de cadernos.
Nem me esconder eu sei.

Como você ainda não percebeu?

Um comentário:

  1. Parece que é o mistério e a enorme proteção que estimula a curiosidade dos outros.
    Meus cardernos com meus escritos também vivem pela casa, mas ninguém parece se importar muito com eles.

    Beijo

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