Um misto de felicidade com dor. Vontade de gritar porque finalmente está acontecendo o que eu sempre quis e vontade de gritar porque eu não sei o que fazer agora. Mesmo quando está tudo certo, está tudo errado, disse eu pra uma amiga algumas horas atrás. Frase mais idiota que eu já disse na minha vida, mas talvez seja uma das maiores verdades também. Sempre quis receber as mensagens que eu recebo agora, sempre quis ter essa sensação de que uma pessoa no mundo gosta de mim ao mesmo tempo que eu gosto dela. Mas junto com tudo isso, vem a impossibilidade de estar com ela sempre que eu quiser, porque mesmo cidades vizinhas parecem estar do outro lado do mundo nesses momentos. Junto com isso vem o medo de não dar certo e sofrer ou de dar certo e aí ter que enfrentar o mundo, como disse minha amiga naquela mesma conversa. Aliás, falando nessa conversa, eu nunca pensei. Nunca imaginei que ela aconteceria. Não assim, não sobre isso, não tão delicada e querida desse jeito. Poucas pessoas sabem o que está acontecendo comigo. Todas essas poucas pessoas me apoiam, me dão conselhos, me fazem rir da situação. E não pensei que ia ter mais alguém pra me apoiar. Quero fazer parte da tua vida, não quero que tu se machuque, ela te faz bem?, ela é gente boa?, por que a vida é tão complicada?, disse minha amiga. Também quero muito que tu faça parte da minha vida, também não quero me machucar mesmo sabendo que qualquer coisa nesse mundo machuca, desde a quina da mesa até o amor mais profundo, ela me faz bem mas ela espalha todos os meus pensamentos em cima daquela mesma mesa que machuca, embaralha e depois pede pra eu arrumar em ordem e sabe, eu não sei que ordem é essa. Eu não sei qual é a ordem certa dos acontecimentos, porque eu nunca vivi nada disso e aí atropelo tudo. A vida é complicada porque a gente complica as coisas, amiga. Porque a gente sente demais e quer demais, porque a gente nem ao menos sabe o que sente e o que quer. Eu conto as coisas pra poucas pessoas, quando na verdade eu queria contar pra todo mundo. Mas, nas entrelinhas do que eu digo, todo mundo entende. Todo mundo sabe. As pessoas nos enxergam como querem, mas no fundo elas sabem como a gente é. A gente sabe como é, mas vive querendo ser diferente. Vive querendo mostrar pro mundo que a gente não é assim, que a gente é melhor, que a gente consegue. E conseguimos, mas não precisamos mostrar pro mundo. Só precisamos viver. Aceitar o medo de que dê errado e o medo de que dê certo e transformá-lo em coragem pra tentar. Arriscar pra ver no que vai dar. Pode não dar em nada. Mas também pode acontecer aquilo que eu sempre quis. Hoje tô feliz, mas tô sentindo uma dorzinha no peito. Estou gritando por dentro, mas mostro só o meu silêncio. Porque, se alguém escutasse, ia me mandar calar a boca.
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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Mudou
Engraçado como as coisas mudam de uma hora pra outra. Depois da meia-noite, tudo mudou. Tudo que eu sentia se modificou e tudo que eu não entendia se explicou. Dez minutos atrás eu estava desabafando com um amigo, dizendo tudo que me preocupava, falando dos meus medos, das minhas tristezas e dúvidas. E agora parece que tudo isso perdeu a importância. Os dez minutos atrás perderam o sentido. A festa começou e eu olhei pra novas pessoas. Eu ouvi músicas diferentes e não mais aquelas que costumavam ser trilha sonora para nossas impossibilidades. Eu não lembrei que você não estava lá. Eu não quis que estivesse. Na verdade, eu acho que foi bom desabafar. Botei pra fora, joguei na beira do asfalto toda a dor que eu sentia. Me esvaziei de você. E aí, comecei a me encher de coisas novas. De novos sons e melodias, de novas caras e sorrisos. Novas sensações. Velhas vontades saciadas de novas formas. Engraçado como as coisas mudam de uma hora pra outra. Até ontem eu recebia mensagens de arrependimento e chorava. Hoje eu recebo mensagens que me fazem sorrir. Por mais que eu saiba que não vai ser fácil, é bom saber que eu não estou sozinha e que eu não sou a única que sente.
Tu apareceu na hora certa.
Tu apareceu na hora certa.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Que porra é essa?
Tentei entender o que eu estava sentindo naquele momento. Tentei entender por que eu reagi daquela forma, por que eu me senti bem, por que eu me senti mal, por que eu quis correr pra bem longe, por que eu quis ficar lá e te abraçar bem forte, por que eu sorri, por que eu chorei. Tentei entender por que em poucas horas eu tive as mais variadas reações em relação a alguma coisa que nem eu sabia que seria capaz de me provocar algum tipo de sentimento, dor, alegria, ou seja lá o que foi que eu senti. Tentei entender e sabe, desisti. Eu não entendo. Eu não me entendo. Eu sei quem sou, mas não sei mais quem eu estou sendo. Eu sei o que eu quero, mas às vezes acho que quero algo totalmente diferente. E aí quando consigo isso percebo que quero de volta o que eu queria antes. Não, eu também não entendi o que eu quis dizer. Mentira, eu entendi sim, mas fingi que não porque é o que eu faço às vezes. Eu finjo. Eu finjo que não sei o que eu tô sentindo quando na verdade eu sei exatamente o que se passa dentro de mim. Eu finjo que não gosto quando na verdade eu amo. Eu finjo que estou bem quando a minha vontade era de explodir em prantos. Eu finjo que entendo quando na verdade eu queria erguer a minha mão e dar um tapa bem forte em tantas caras hipócritas que passam por mim. Eu finjo que sou boazinha, que sou fofa, que sou assim quando na verdade eu sou essa menina ridícula, cheia de raiva guardada e que não sabe porra nenhuma da vida e ainda assim continua escrevendo sobre ela como se soubesse tudo. Eu não sei nada. Eu não sei nem que porra era aquela que invadiu meu peito quando eu vi que, aquilo que eu nunca tive, realmente não era meu. Que eu não podia mais querer aquilo que eu sempre quis mesmo sem saber que eu queria. Na verdade eu ainda não sei. Mas sei que já falei isso e essa porra de texto tá ficando repetitivo assim como os tombos que eu levo toda vez que resolvo mostrar pro mundo quem eu sou e percebo que ninguém gosta de mostrar quem realmente é e por isso não gostam que eu mostre também. Mas eu quero que tudo exploda. Eu quero que explodam todas as máscaras e maquiagens e disfarces e fantasias que vocês usam pra se esconder. Eu quero que vire pó e desapareça no ar toda a hipocrisia e que vocês finalmente mostrem o que são. Vocês não queriam que eu falasse? Então por que agora me mandam calar a boca? Então por que agora são vocês que não falam nada? Vocês só sabem pedir se está tudo bem. Sim, está tudo bem. Eu só estou aqui escrevendo besteiras quando eu deveria estar dormindo, mas está tudo bem. Eu só estou aqui chorando por algo idiota e sem futuro nenhum, mas está tudo bem. Está sempre tudo bem. As pessoas é que são complicadas demais e acabam complicando tudo. Tipo eu, nesse momento. Mas eu gosto disso. Apesar de me fazer mal às vezes, eu gosto mesmo dessa porra toda e morro de rir quando percebo que escrevi um texto com pelo menos cinco porras no meio. Eu definitivamente não era assim. Mas quer saber? Agora tô gostando muito mais de mim.
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